Homenagem aos brigadistas
O período crítico está aí e nada mais justo que entrarmos nessa nova
jornada com uma homenagem aos heróis combatentes.
ANJOS DE AMARELO
E o sertão ardeu em chamas, drama pelo qual aqueles aluviões se viu
passar. Demônios enfrentavam anjos desprovidos de asas e foi ali, casa de
misericórdia do Luiz Caixeiro e Soim, filhotes, morte nos braços maternais. Foi
um reluzente noturno que ludibriava os olhos, providos de portais alheios e
planos distintos, a intrigar em vazante de gelo.
Foram dias tórridos pra seres de sombra, um assombro maior advindo dos
seres sórdidos da pior espécie. Demônios de superfície, que por onde passavam
tudo se acabava em cinza. Coisa de lastimar, parecia fim de tudo, onde tudo era
só maldade e muita tristeza, o sertão sofria. Eram guerreiros e um fogo, uma
batalha secular. E numa cruzada letal seguiam, mas ainda bem que existia um
pouco de bem, o suficiente para sucumbir àquelas trevas profundas.
Estavam naquele exato momento, anjos, anjos? Não daqueles de asas lindas
e tocando trombetas, invocando santidades maiores, mas de amarelos, impregnados
de preto, dotado de armas, muitas armas. Ah! De enxadas, foices, bombas costais, facão,
de tudo que se pensava em terra de batalha e, sobretudo, a vontade de salvar as
vidas.
Estavam ali os anjos de amarelo, desprovido de asas, que pela toda forma
de vida se manifestavam fortes, aguerridos e prontos para a batalha. E foram batalhas
das mais cruéis, no qual o fogo avançava e sufocava, eram alvejados pelo
excitado mal. Estes soldados que do sono não tinha, pagava já li suas severas
penitências para a batalha cruel.
Entre gritos e gemidos da mata, bichos imploravam por vida e nunca de
abandonarem a guerra, embora o cansaço os convidasse ao chão. E já era fim de
tarde, ao menos o tombo era questão de espera, até que o sono chegasse e a
batalha recomeçasse. Assim podiam, podiam lembrar-se de que essa causa nobre é
dos fortes e que o norte daqueles seres era à força destes heróis dos gerais,
impregnados de pretos e com alma de amarelo.
Trecho do Livro “Os Pequenos Sertões” do Técnico de Unidade de Conservação do ERAMSF (Raimundo Nonato B. Oliveira), em homenagem aos Combatentes de incêndios florestais (Brigadistas).
Meu querido amigo, quanto me alegra saber que as asas de um anjo muitas vezes estão na alma e não no corpo, quanto me alegra saber que anjos estão em brigadas para proteger a mãe terra. Parabéns por mais esta "escrevinhação". Professora Deuzana
ResponderExcluirAgradecido pelas singelas palavras de respeito e afeto, grande amiga Deuzana!
ExcluirFaz-se justo esta homenagem a estes guerreiros combatentes!
Abraço, minha amiga!
Raimundo Nonsense