Capacitação em Gestão de Conflitos e Uso Público de UCs

A oficina reuniu cerca de 60 gestores, entre membros do IEF-MG, ICMBio e do Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (IMASUL)
© Letícia Campos/WWF-Brasil
A boa gestão de conflitos e de uso público são pilares essenciais para garantir a efetividade das unidades de conservação – estas são as apostas do diretor geral do Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF-MG), João Paulo Sarmento. Há um ano à frente da direção geral do IEF e um acúmulo de 29 anos de carreira no órgão, Sarmento lembra que estes pontos foram identificados como frágeis no estudo sobre a efetividade das áreas protegidas estaduais de Minas Gerais, o RAPPAM, realizado pelo WWF-Brasil, em 2015.

“Por isso em uma reunião com a ONG pensamos em promover uma oficina abordando estas temáticas. O intuito é fornecer ferramentas para o desenvolvimento de políticas adequadas à proteção de ecossistemas e à formação de uma nova diretriz para aplicação de um sistema compartilhado viável de unidades de conservação seguindo o exemplo do que tem sido feito em outros países, como a Costa Rica” – disse Sarmento.

A capacitação foi realizada pelo WWF-Brasil, em parceria com o IEF-MG, no período de 10 a 12 de maio, no Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato, em Sete Lagoas-MG, representando um passo importante na busca do aperfeiçoamento gerencial da resolução de conflitos e do desenvolvimento das potencialidades de uso público das unidades de conservação do estado.

Kolbe Soares, analista de conservação do Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil e articulador da capacitação, contou que “o evento reuniu cerca de 60 gestores, entre membros do IEF-MG, ICMBio e do Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (IMASUL), possibilitando o compartilhamento de experiências e a busca de soluções conjuntas para a resolução de conflitos, além da abordagem relacionada com a gestão compartilhada e uso público das unidades”.

As 91 UCs (72 de proteção integral e 19 de uso sustentável) pertencentes ao Sistema Estadual de Unidades de Conservação de Minas Gerais estavam contempladas no evento por seus superintendentes, coordenadores regionais e os gestores que ajudaram na construção da situação de conservação das áreas protegidas e na identificação dos caminhos necessários para uma gestão mais eficiente, um importante indicador para o monitoramento dos avanços da contribuição das unidades para o desenvolvimento sustentável.

“As áreas protegidas unem o aspecto econômico, social e ambiental, justamente por isso é muito importante pensar em seu uso público como uma estratégia para responder ao desafio da conservação”, disse João Carlos Lima de Oliveira, gerente do Parque Estadual do Ibitipoca, onde até mesmo antes da criação do Parque, em 1973, as pessoas já exploravam os atrativos turísticos da área.
As 91 UCs pertencentes ao Sistema Estadual de Unidades de Conservação de Minas Gerais estavam contempladas no evento por seus superintendentes, coordenadores regionais e os gestores
© Letícia Campos/WWF-Brasil


Segundo ele, “o IEF regional ordenou o uso público e, com o passar dos anos, o controle dos visitantes passou a acontecer de maneira mais sistemática, amenizando os impactos causados pela atividade, além de beneficiar os moradores das comunidades do entorno e a conservação das belezas naturais e a riqueza da biodiversidade”.

Apenas 20 do total de 91 UCs estão oficialmente abertas à visitação, mas mesmo sendo minoria elas mostram que são promissoras, de acordo com a opinião de Henri Collet, diretor de Unidades de Conservação do IEF-MG. Ele defende que elas devem ser conhecidas e as experiências compartilhadas entre os gestores regionais que vivem realidades distintas a depender de onde está sua unidade. “A partir da troca de aprendizados é possível aprimorar a efetividade da gestão com atitudes, às vezes, muito simples”, concluiu.

Relevância das UCs de Minas Gerais

Devido ao seu tamanho e à sua localização geográfica, o estado de Minas Gerais, com uma área de 588.384 km2, abrange parte dos biomas do Cerrado (57%), da Mata Atlântica (41%) e da Caatinga (2%) e as zonas de transição entre os mesmos. As condições ambientais e a vegetação em cada uma dessas regiões não são homogêneas, criando uma extraordinária variedade de paisagens e ecossistemas a serem protegidos pelas UCs.

Visando a conservação da biodiversidade e a proteção de recursos estratégicos para o desenvolvimento social, as áreas protegidas geram diversos benefícios diretos para a sociedade, como a proteção de mananciais, regulação climática, contenção de erosões, manutenção de riquezas culturais, oportunidades de lazer e ecoturismo, sem falar que possibilitam alternativas econômicas sustentáveis de desenvolvimento.

Fonte: WWF

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