Especial - PE da Mata Seca


A Unidade

O Parque Estadual da Mata Seca foi criado pelo Decreto Estadual nº 41.479, de 20 de dezembro de 2000 com área de 10.281,44 hectares. Posteriormente, foi ampliado para 15.360,07 hectares através do Decreto Estadual Nº 45.043 de 12 de fevereiro de 2009. Localiza-se predominantemente no município de Manga. 

A criação da unidade ocorreu a partir da necessidade de se proteger um ambiente de mata seca (fauna e flora regionais e, lagoas marginais) na margem esquerda do Rio São Francisco, como condicionante ambiental do Projeto de Irrigação Jaíba, conforme processo COPAM nº 339/01/97. O PE Mata Seca compõe o Sistema de Áreas Protegidas de Jaíba, juntamente com outras seis unidades localizadas na margem direita do rio São Francisco.

A origem do nome da Unidade se deu devido à Floresta Estacional Decidual, conhecida como Mata Seca, cuja vegetação apresenta enormes espécimes de Cavanilesia arborea (Barriguda), árvore símbolo da Mata Seca, bem como diversas espécies de cactáceas e crassuláceas. O parque tem importância única por se tratar da maior área contínua de Mata Seca (Floresta Estacional Decidual) do Estado.

Flora

A Unidade é composta por antigas fazendas que praticavam o uso intensivo do solo, utilizando em alguns casos, defensivos agrícolas que possivelmente ainda se encontram presente e atuante no solo, podendo constituir um fator limitante para o desenvolvimento natural da vegetação, atuando como determinador na sucessão ecológica da área.

– Lista de algumas espécies botânicas encontradas:
Nome Popular
Família
Espécie
01
Braúna / Pau Preto
Fabaceae
Melanoxylon brauna
02
Marizeiro
Fabaceae
Geoffroe aspinosa
03
Cura Frieira
Não encontrado
Morfo-espécie 01
04
Umbuzeiro
Anacardiaceae
Spondias tuberosa
05
Jacarandá
Fabaceae
Dalbergia nigra
06
Aroeira
Anacardiaceae
Astronium fraxinifolium
07
Maminha de Porca
Rutaceae
Zanthoxylum rhoifolium
08
Cipó Benguê
Cecropiaceae
Cecropia sp.
09
Rosqueira
Fabaceae
Chloroleu contortum
10
Jatobá
Fabaceae
Hymenaea courbarril
11
Angico Branco
Fabaceae
Anadenanthera falcata
12
Saboneteira
Sapindaceae
Sapindus saponaria
13
Maria Preta
Boraginaceae
Cordia verbenacea
14
Pau Jaú
Polygoneaceae
Triplaris gardneriana
15
Marinheiro
Chrysobalanaceae
Licania kunthiana
16
Muquem
Não encontrado
Morfo-espécie 02
17
Moreira
Moraceae
Chlorophora tinctoria
18
Canafístula
Leguminosae
Peltophorum dubium
19
Imbaúba
Urticaceae
Cecropia palmata
20
Pimenta de Passarinho
Solanaceae
Capsicumbaccatum
21
Mutamba
Malvaceae
Guazuma ulmifolia
22
Tamburi
Fabaceae
Enterolobium contortisiliquum
23
Juazeiro
Rhamnaceae
Ziziphus joazeiro
24
Pau Ferro
Fabaceae
Connarus suberosus
25
Quixabeira
Sapotaceae
Sideroxylon obtusifolium
26
Tipi, Guiné
Fitolaceae
Petiveia alliacea
27
Pau D’arco, Ipê amarelo
Bignoniaceae
Tabebuia serratifolia
28
Pau Sangue
Fabaceae
Pterocarpus violaceus
29
Mandacaru
Cactaceae
Cereus jamacaru
30
Pião
Não encontrado
Morfo-espécie 03
31
Canjerana
Meliaceae
Cabralea canjerana
32
Pereira Rosa
Fabaceae
Platycyamus regnellii
33
Vaqueta
Anacardiaceae
Spondias mombin
34
Casquinha
Boraginaceae
Patagonula bahiensis
35
Gameleira da Mata
Moraceae
Ficus adhatodifolia
36
Cedro
Meliaceae
Roupala brasiliensis
37
Umburana de Cheiro
Fabaceae
Amburana cearenses
38
Cipó Trindade
Bignoniaceae
Tynnanthus fasciculatus
39
Sucupira
Fabaceae
Pterodone marginatus
40
Tapicuru

Phimosusin fuscatus
41
Cipó Cola Prato
Não encontrado
Morfo-espécie 04
42
Angico Embira
Fabaceae
Acacia cebil
43
Ipê Roxo
Bignoniaceae
Tabebuia impetiginosa
44
Mandioca Brava
Euphorbiaceae
Manihot esculenta
45
Imbiriçú
Malvaceae
Pseudobombax grandiflorum
46
Sabugueiro
Adoxaceae
Sanbucus nigra
47
Coco Licuri (jovem)
Arecaceae
Syagrus coronata
48
Pau de Espeto
Monimiaceae
Mollinedia triflora
49
Carapiá
Moraceae
Dorstenia brasiliensis
50
Quiabento
Cactaceae
Peireskia zehntneri
51
Mutamba Preta
Malvaceae
Luehea grandiflora
52
Maracujá de veado
Passifloraceae
Passiflora gibertii
53
Maracujá de boi
Passifloraceae
Passiflora cinvinnata

As matas remanescentes que já se encontravam em avançado processo de sucessão ecológica no ano da criação da Unidade se encontram em bom estado regenerativo, é observado o surgimento natural de novas plantas que germinam das sementes depositadas no solo, com o desenvolvimento de plantas de espécies nativas da região.

As áreas cuja vegetação se encontrava em processo inicial ou intermediário na época de criação da Unidade se encontram em desenvolvimento normalmente, mediante o fator limitante de condição de solo e disponibilidade hídrica, sendo que este por sinal, tem se tornado mais escasso a cada ano.

Fauna

A diversidade da fauna no Parque é variada, podendo citar a ocorrência de alguns exemplares de animais raros na região e até ameaçados de extinção.

Existem projetos de pesquisa científica que avalia aspectos relacionados a várias espécies de aves, mamíferos, roedores, répteis, morcegos, insetos, borboletas etc.

Entretanto os colaboradores da Unidade reconhecem que se faz necessário um trabalho de grande número amostral envolvendo diversos grupos faunísticos da Unidade.

Em rondas de monitoramento executadas pelos colaboradores da UC já foram avistadas diversas espécies, como felinos de grande e médio porte, grupos de caititus, quatis, roedores de pequeno, médio e grande porte, aves de pequeno e médio porte ofídios diversos etc.

A lista a seguir apresenta algumas das espécies encontradas no Parque Estadual da Mata Seca:
  • Jararacuçu rapidinha: Phillodryas nattereri
  • Zabelê: Crypturellus noctivagus (espécie quase ameaçada de extinção globalmente). 
  • Cardeal-do-nordeste: Paroaria dominicana 
  • Chorró-boi: Taraba major 
  • Pica-Pau-de-cabeça-amarela: Celeus flavescens 
  • Mãe-da-lua: Nyctibius griseus (Gmelin, 1789)
  • Veado-Catingueiro: Mazama gouazoupira 
  • Tatu-peba: Euphractus sexcinctus 
  • Preá: Cavia aperea 
  • Porco-do-mato ou Caititu: Pecari tajacu 
  • Paca: Cuniculus paca 
  • Cutia: Dasyprocta leporina 
  • Tamanduá-bandeira: Myrmecophaga tridactyla 
  • Tamanduá-Mirim: Tamandua tetradactyla 
  • Jaguatirica: Leopardus pardalis 
  • Onça pintada: Panthera onca 
  • Suçuarana: Puma concolor
Dentre outros. 
Tamanduá Bandeira
Jaguatirica
Mãe - da - Lua
Tatu Peba

Recursos Hídricos 

O Parque faz divisa com o Rio São Francisco em sua margem esquerda e possui um complexo de lagoas marginais que forma uma grande área alagada dentro da unidade que é o berçário para reprodução de peixes e animais de várias espécies dentro deste habitat natural.

A UC conta com quatro lagoas marginais, limítrofes com o Rio São Francisco, que faz o limite leste da área, e um pequeno rio, que é o rio Itacarambi. Este último nasce fora da área, percorre aproximadamente 35 km desde a nascente até desaguar no Rio São Francisco, abastecendo, antes, as lagoas no interior da UC, percorrendo mais 18 km até seu destino final. O limite leste, que é o Rio São Francisco, percorre uma extensão aproximada de 15 km ao longo da área.

Quando á qualidade da água das lagoas, necessitam de uma análise especifica para cada uma, pois parte das águas que as abastecem, provem das chuvas e outras parte do próprio rio Itacarambi, exposto acima, assim como, esporadicamente, águas provenientes de grandes cheias do rio são Francisco que chega a inundar todas as lagoas em épocas de grandes cheias.

Infraestrutura da UC 

A infraestrutura existente no Parque Estadual da Mata Seca é formada por casas reaproveitadas da antiga propriedade e conta com: 

· 1 casa sede; 

· 1 casa pesquisador; 

· 1 alojamento;

· 2 torres de observação. 
 

 


A unidade possui uma pista de pouso de 1.200 metros com reservatório com capacidade de 300.000 litros de água para atender a demanda de apoio ao combate a incêndio florestal pelo aviões Air Tractor contratado pelo Previncêndio. No início de cada ano é confeccionado o Plano Integrado de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais - PIPCIF, e entregue aos parceiros.

Sinalização

Existem placas de identificação da unidade de conservação na BR 135 que liga os municípios de São João das Missões e Manga, no entorno do PEMS e no seu interior indicando trilhas.


Reuniões Gerenciais 
Busca - se manter a agenda de reuniões com a equipe de funcionários, uma vez que são momentos de suma importância para alinhamento das demandas, adequação a realidade e, sobretudo oportunidade de discussão das metas e compartilhamento das conquistas.
Vale salientar que além das reuniões, a comunicação é constante entre equipe de campo e equipe administrativa. Consideramos este fator de suma importância para o bom andamento das atividades, principalmente levando em conta a extensão territorial da Unidade.
Sede do PEMS
Casa de Pesquisa – REVS Pandeiros (Januária)


Auditório MONAE Gruta Rei do Mato (Sete Lagoas)
Auditório Sub-Base Januária

Conselho Consultivo

O Parque Estadual da Mata Seca faz parte do Sistema de Áreas Protegidas do Jaíba- SAP-Jaíba, composta pelas Unidades de Proteção Integral: Parque Estadual Verde Grande, Parque Estadual Mata Seca, Parque Estadual Lagoa do Cajueiro, Reserva Biológica do Jaíba, Reserva Biológica Serra Azul e pelas Unidades de Uso Sustentável: APA Serra Do Sabonetal e APA Lajedão. O SAP Jaíba possui um Conselho Consultivo, que é composto por representantes gestores de Unidade de Conservação do Instituto Estadual de Florestas – IEF, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais – EMATER, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – EPAMIG, Fundação Rural Mineira – RURALMINAS, Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA, Policia Militar Ambiental de Manga, Prefeitura Municipal de Jaíba, Prefeitura Municipal de Manga, Prefeitura Municipal de Matias Cardoso, Prefeitura Municipal de Pedras de Maria da Cruz, Sada Bio-Energia e Agricultura Ltda, Sindicato dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais de Matias Cardoso, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jaíba e Superintendência Regional de Ensino de Janaúba.

Visitação Turística

O Parque em toda a sua extensão abriga ambientes com lindas paisagens. Regiões de caatinga com vegetação bem característica e regiões de mata elevada e em avançado grau de sucessão ecológica, existem locais adequados para o desenvolvimento de trilhas que podem proporcionar um contato direto dos visitantes com a natureza deparando-se com pegadas de animais silvestres, lagoas perenes, tanques intermitentes morros, cavernas e paredões de pedras e lajeados que formam paisagens de imensa beleza.

A sede do PEMS mesmo com sua estrutura atual, já recebe um considerável volume de visitantes provenientes de escolas da região.

Com algumas poucas melhorias, a estrutura da sede do PEMS e a Unidade como um todo pode apresentar condições de se tornar aberta à visitação pública, pois possui uma riquíssima diversidade ecológica e uma grande quantidade de lagoas marginais e intermitentes que faz a beleza desta unidade que citamos: lagoa comprida, lagoa da picada, lagoa da lavagem ou da prata, lagoa do Angical.

Educação Ambiental/ Relacionamento com o entorno

Dentre as demandas prioritárias do PEMS procuramos sempre incorporar os trabalhos de Educação ambiental. A UC transfere a estas atividades a possibilidade de levar as escolas, comunidades do entorno e a sociedade civil em geral, momentos de reflexão a diversas questões ambientais que nos rodeiam, oportunidade de serefletir sobre nossos comportamentos, hábitos, necessidades e, sobretudo para que possamos conscientemente trabalharmos em prol de uma melhor qualidade de vida e preservação dos recursos naturais.

Encontros com a comunidade no entorno do Parque Estadual Da Mata Seca, são realizados (Maracaia, coqueiros, mucujê e os “Varzanteiros”). Tratamos sobre o efeito que o fogo causa no solo.

Doação de Mudas: Apoio no projeto de arborização das Escolas

São realizadas doações de mudas para o município de Manga e de Itacarambi, para serem plantadas em praças e escolas. Um projeto que possui uma demanda bastante grande nestes tempos de destruição das florestas, as populações buscam com frequência o requerimento de espécies para arborizar.

Parceiros

Temos uma grande Parceria com a prefeitura Municipal de Manga e Itacarambi, e também com fazendas vizinhas da UC como é o caso da Fazenda Agro-pasto.

Fornecem máquinas para manutenção dos aceiros e reparo de estradas de acesso a Unidade, e se necessário para combate a incêndios florestais.

Monitoramento

É efetuada a fiscalização e monitoramento de áreas internas e externas da Unidade, principalmente, no combate à pesca, caça e tráfico de animais silvestres na região com participação da Policia Ambiental de Manga, em fiscalização constante. Essa fiscalização inibe a caça e trafico de animais na região, e evita também incêndios na região, conforme comprovado, pelo baixo índice de foco na unidade e entorno.

Porém há uma dificuldade no monitoramento das lagoas marginais do Rio São Francisco que estão no interior do Parque, como o tempo de atendimento a denuncias por parte da policia, pois quando atendidas é após a ocorrência do fato impedindo a prisão e autuação dos pescadores e caçadores em flagrante.

Conheça! Se informe! Ajude na preservação!
Fotos: Arquivo PEMS

Instituto Estadual de Florestas - IEF
Escritório Regional Alto Médio São Francisco - ERAMSF

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