04 de Outubro - Dia do Rio São Francisco



Lagoa Marginal do Rio São Francisco no PE da Mata Seca

A Bacia do Rio São Francisco é uma das mais importantes Bacias Hidrográficas do Brasil localizada nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do país. É totalmente brasileira e ocupa uma área de 640 mil Km² aproximadamente, o que corresponde a quase 8% do território nacional. Ela abrange diversos estados do país: Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Distrito Federal.
O Rio São Francisco, chamado popularmente de “Velho Chico” possui uma extensão de aproximadamente 2.800 Km e devido seu tamanho é dividido em 4 trechos: Alto, Médio, Sub-Médio e Baixo São Francisco. É considerado um rio de planalto que nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, e escoa no sentido Sul-Norte do país, atravessando o Sertão nordestino, a região mais seca do Brasil, desaguando no Oceano Atlântico.
Além da Caatinga, a Bacia do Rio São Francisco abrande os biomas brasileiros do Cerrado e da Mata Atlântica, e apresenta regiões de climas úmidos, árido e semi-árido.
O Rio São Francisco é um rio perene, mesmo nas épocas com poucas chuvas, ele não seca. Isso possibilita a navegação, embora muitos problemas ambientais que vem sofrendo atualmente tem deixado alguns trechos impossibilitados, como o assoreamento, ou seja, a perda das matas ciliares que possibilitam o acúmulo de resíduos sólidos.
Historicamente o rio São Francisco foi uma das principais fontes brasileiras de pescado. A pesca era uma das importantes fontes geradoras de recursos à população ribeirinha. Apesar da ausência de estatística pesqueira consistente, a pesca no rio São Francisco mostra sinais evidentes de queda.
As espécies de peixes mais importantes para a pesca no rio São Francisco, como o Surubim, Dourado e Curimbas, são migradoras. Esses peixes reproduzem-se na correnteza do rio durante as cheias e seus ovos e larvas descem o rio em direção aos berçários. Os principais berçários são as várzeas com as suas lagoas marginais.



As Lagoas Marginais do Rio São Francisco


Lagoa Marginal do Rio São Francisco no PE Lagoa do Cajueiro
Lagoas marginais são áreas inundadas pelos rios durante os períodos chuvosos. Após a ocorrência das cheias anuais, quando as águas dos rios abaixam, essas áreas ficam isoladas. Estes ambientes possuem alta ciclagem de nutrientes e alta produtividade primária, e são colonizados, a partir do contato com os rios, por ovos e larvas de peixes. Portanto, o recrutamento das populações de pei­xes está intimamente associado a esse ciclo. As espécies migradoras ou de piracema dependem fortemente das lagoas marginais para completar seu ciclo reprodutivo.
Muitos estudos científicos já demonstraram que a quantidade de peixes produzida por um rio depende diretamente de suas várzeas e suas lagoas. Quanto maior elas forem, maior será a produção pesqueira do rio. Por outro lado, quanto mais degradada as várzeas e as lagoas estiverem, menos peixes elas produzirão, com reflexos negativos na produção pesqueira do rio.
Para que as várzeas e lagoas marginais cumpram o seu papel de berçários, elas precisam ser conservadas. Atividades humanas, como a construção de barragens nos sangradores das lagoas marginais ou o uso da água dessas lagoas para a irrigação, comprometem a sua função de berçário.
As lagoas marginais do rio São Francisco são protegidas pela Legislação Pesqueira do Estado (Lei 14181 de 17/01/2002, art. 18) e a prática da atividade pesqueira é proibida (Dec. 43713 de 14/01/2004, art. 14), por se tratar de berçários naturais que contribuem na reprodução dos peixes nativos.


Lagoa Marginal do Rio São Francisco no PE da Mata Seca

Lagoa Marginal do Rio São Francisco na APA Serra do Sabonetal





Lagoa Marginal do Rio São Francisco na APA Serra do Sabonetal

Lagoa Comprida e Lagoa da Prata no PE da Mata Seca

As Unidades de Conservação  pertencentes a jurisdição do ERAMSF possuem lagoas marginais que são monitoradas diariamente, tendo em vista a sua importância para subsistência e colonização da população de peixes para o Rio São Francisco. Como exemplo  as seguintes Unidades de Conservação:

  •  APA Serra do Sabonetal  possui aproximadamente 40 lagoas marginais; 
  •  Parque Estadual da Mata Seca com aproximadamente 5 lagoas marginais;
  • Parque Estadual Lagoa do Cajueiro com aproximadamente 6 lagoas marginais;
  • Parque Estadual do Verde Grande com aproximadamente 5 lagoas marginais.










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