Registros Paleontológicos e Arqueológicos no PE da Mata Seca

Relatório Paleontológico

Nos dias 10 e 11 de março foram realizadas vistorias no intuito de averiguar vestígios paleontológicos no Parque Estadual da Mata Seca, no município de Manga.

Foram encontrados fósseis e restos ósseos em duas das cavernas localizadas no interior do parque.

As diversas formações geológicas que compõem a geologia da região do parque Estadual da Mata Seca situam-se cronologicamente desde o Pré-Cambriano até o Holoceno. Destacam-se por sua maior extensão, aquelas atribuídas ao Pré-Cambriano (Grupo Bambuí), as formações cretáceas (Urucuia), além dos recobrimentos referidos ao Terciário- Quaternário (JACOMINE et al, 1979).

No município de Manga, onde a Unidade de Conservação está localizada, o Grupo Bambuí se faz representar pela formação Lagoa do Jacaré e pelo Sub-Grupo Rio Paraopeba indiviso, ambos pertencentes ao Sub-Grupo Rio Paraopeba. A Formação Lagoa do Jacaré é constituída por siltitos, siltitos calcíferos, calcários cinzentos, ardósias.

Segue registro fotográfico:

Detalhe do osso quebrado com escalímetro de 20 centímetros

Escala de tamanho do osso

Fragmento ósseo Pesado e de coloração azulada

Fóssil 1. Notar o conduto acima

Fóssil

Material ósseo

Fóssil em formato achatado

Relatório Arqueológico

Também entre os dias 10 e 11 de Março foram observados no interior do PE da Mata Seca, inúmeros cacos cerâmicos, todos de pequena dimensão, mas perfeitamente identificáveis, tratando-se de cerâmica indígena pré-histórica.

Foram identificados alguns artefatos líticos, como lascas e um quebra-coquinho, o único instrumento formal achado na localidade, o que reforça a identificação como achados de natureza pré-histórica.

O local está extremamente nivelado, a beira da estrada de acesso as sedes da unidade de conservação.

As ocorrências de cerâmicas soterradas também podem aparecem em contextos funerários, ou seja, a partir do enterramento de grandes vasos cerâmicos, onde são abertas covas e as urnas funerárias são depositadas e depois enterradas. Estes materiais podem ficar até 4 metros de profundidade, variando conforme a época e o grupo cultural.

Em relação aos grafismos do Morro da Lavagem, as pinturas são atribuídas a Tradição São Francisco. Suas manifestações ocorrem somente em forma de pintura e são caracterizadas pela predominância de figuras geométricas (que podem chegar a 80 centímetros de comprimento) com formas e composições variadas e frequentemente policrômicas, em cores contrastantes (Ribeiro, 2006).

Segue registro fotográfico:

Fragmento de cerâmica achado na local e depositada no escritório de Itacarambi

Fragmentos de cerâmica

Instrumento plano-convexo com marcas de lascamentos nos seus bordos

O instrumento é um quebra coco

Pintura rupestre da Tradição São Francisco

Urna funerária. Sepultamento primário infantil ou sepultamento secundário de adulto

As vistorias foram realizadas pelo geológo/arqueólogo Leandro Vieira da Silva, o Coordenador de áreas protegidas Carlos Eduardo Giovanni e a equipe de funcionários do PE da Mata Seca.

Em razão do Instituto Estadual de Florestas não possuir paleontólogos em seu quadro de analistas ambientais, este relatório teve um enfoque mais ilustrativo para ser encaminhado para especialistas da área, a fim de avaliar estes achados.