Especial - PE Lagoa do Cajueiro


A Unidade

O Parque Estadual Lagoa do Cajueiro (PELC) está inserido no Sistema de Áreas Protegidas do Jaíba (SAP Jaíba), na depressão San Franciscana, à margem direita do Rio São Francisco, foi criado pelo Decreto Estadual nº 39.954 de 08 de outubro de 1998 e possui atualmente uma área total de 20.716 (vinte mil, setecentos e dezesseis) hectares, há também uma área de 1.416 hectares que atualmente se encontra sob sua gestão, esta é a área remanescente da Fazenda Casa Grande, que se encontra em processo de aquisição pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) para se ampliar a área do Parque Estadual Lagoa do Cajueiro, é nesta Fazenda Casa Grande onde se localiza a sede da Unidade com toda a estrutura fundamental para dar suporte não somente ao PELC, mas sim a todas as outras Unidades de Conservação (UC) do Sistema de Áreas Protegidas do Jaíba (SAP Jaíba)

Após a criação do Parque e com a continuidade e aprimoramento dos trabalhos desenvolvidos por seus colaboradores, tornou-se possível a conquista de outros fatores importantes que não eram listados como objetivos principais de sua criação, que são:

Servir como corredor ecológico ligando o Parque Estadual da Mata Seca, inserido no Mosaico do Grande Sertão de Veredas às demais Unidades de Conservação do Sistema de Áreas Protegidas do Jaíba; 

Proteger uma incrível diversidade de ecossistemas com áreas de cerrado e caatinga; 

Servir como apoio imediato às demais Unidades de Conservação do SAP Jaíba em suas atividades cotidianas. 

Missão

Proteger o patrimônio natural promovendo a conscientização ambiental e interação com as comunidades do entorno e apoio a pesquisa científica

Visão de futuro 

Ser modelo de preservação na área ambiental e pesquisa, através de práticas corretas com relação à forma como tratar o ambiente que protegemos. 

Valores

Lutar pelo Parque Estadual da Mata Seca com ética e respeito, através de ações juntos com a equipe e comunidade.

Flora

A cobertura vegetal nativa do Parque é composta por espécies típicas dos biomas cerrado e caatinga. Integram ainda a cobertura nativa, as matas ciliares da margem direita do Rio São Francisco e as matas que protegem as lagoas e tanques naturais de água da Unidade.

A Unidade é composta por antigas fazendas onde era praticado o uso intensivo do solo, utilizando em alguns casos, a prática de queimada como método de desmatamento ou limpeza de área, defensivos agrícolas que possivelmente ainda se encontram presentes e atuantes no solo, podendo constituir um fator limitante para o desenvolvimento natural da vegetação, atuando como fator determinante na sucessão ecológica da área.

As matas remanescentes que já se encontravam em avançado processo de sucessão ecológica no ano da criação da Unidade se encontram em ótimo estado de conservação atualmente, é observado o brotamento do banco de sementes naturalmente depositado no solo, com o desenvolvimento de plantas de espécies nativas de porte elevado.

As áreas cuja vegetação se encontrava em processo inicial ou intermediário de sucessão ecológica no ano de criação da Unidade se encontram em desenvolvimento normal, mediante o fator limitante de condição de solo e disponibilidade hídrica, sendo que este por sinal, tem se tornado mais escasso a cada ano.

Fauna

A diversidade da fauna no Parque é variada, podendo citar a ocorrência de alguns exemplares de animais raros na região e até ameaçados de extinção. 

Existem projetos de pesquisa científica que avaliam aspectos relacionados a somente uma espécie, como já foram executados projetos envolvendo o jacaré do papo amarelo, a ave de pequeno porte conhecida como chorró, morcegos, insetos noturnos, borboletas, etc. 

Entretanto, os colaboradores da Unidade reconhecem que se faz necessário um trabalho de grande número amostral envolvendo diversos grupos faunísticos da Unidade.

Recursos Hídricos

O Parque faz divisa com o Rio São Francisco em sua porção sudoeste, esta divisa se estende por uma faixa de 6,6 Km. Nesta mesma porção, existe um conjunto de lagoas marginais ao Rio, onde se destacam a Lagoa do Cajueiro, Lagoa do Pucá e Lagoa das Velhas, também conhecida como Lagoa das Pedras, por serem as maiores em área (espelho d’água) e também por serem capazes de se manter com água mesmo por um certo período de estiagem.

Na época das cheias do Rio São Francisco, a água invade o interior do Parque, iniciando pelo local conhecido como Sangradouro, abastecendo de água estas principais lagoas e formando outras lagoas intermitentes nesta área, destas lagoas intermitentes destaca-se a Lagoa da Mamoninha. Em outra área do Parque, existe um conjunto de pequenos tanques (lagos) naturais os quais alguns chegam a manter um certo volume de água conseguindo perdurar durante o período da seca anual, já outros destes tanques secam. Todos são utilizados para a dessedentação dos animais silvestres e também são responsáveis por manter um grau mais elevado de umidade por um maior período do ano nas suas proximidades.

A Área da Fazenda Casa Grande também apresenta importantes corpos lacustres em seu interior, destacando-se a Lagoa do Meio, Lagoa da Graciana, Furado de Ozório, Furado do Criminoso, Furado Cercado e Furado de Chinelo. Apesar de serem lagoas intermitentes, são responsáveis por servirem como locais de dessedentação da fauna silvestre e manter a umidade localmente por um período de tempo considerável.

A Fazenda Casa Grande representa o segundo ponto de divisa do PELC com o Rio São Francisco, em um trecho de 4 Km. A Fazenda serve como um largo e principalmente seguro corredor ecológico para a dessedentação dos animais silvestres e também possibilitando que alguns destes animais realizem a travessia para o Parque Estadual da Mata Seca, localizado do outro lado do Rio e bem em frente à Fazenda Casa Grande.
Mapa de disponibilidade hídrica do Parque Estadual lagoa do Cajueiro 
Potencial Turístico

O Parque em toda a sua extensão abriga ambientes com lindas paisagens. Regiões de caatinga com vegetação bem característica e regiões de mata elevada e em avançado grau de sucessão ecológica, existem locais adequados para o desenvolvimento de trilhas que podem proporcionar um contato direto dos visitantes com a natureza deparando-se com pegadas de animais silvestres, lagoas perenes, tanques intermitentes, áreas rochosas e paisagens de imensa beleza.

A sede do PELC, mesmo com sua estrutura atual, já recebe um considerável número de visitantes provenientes de escolas da região, sendo estas, visitas de cunho educativo. Já houve situações de a sede do PELC receber 180 alunos oriundos de escolas de Jaíba em um único dia.

Localização e acesso

O Parque Estadual Lagoa do Cajueiro, está localizado no norte de Minas Gerais, no município de Matias Cardoso. A Unidade está situada 07 km ao sul da sede do município. As vias de acesso são por meio da MG 401 que liga Jaíba ao município de Matias Cardoso e também por meio da estrada vicinal que liga a sede do município de Matias Cardoso à comunidade de Várzea da Manga, ou ainda pela estrada que liga o município de Matias Cardoso ao distrito de Mocambinho, pertencente ao município de Jaíba.

Implantação da unidade

O Parque Estadual Lagoa do Cajueiro, em seus 18 anos de criação, assim como tantas outras Unidades de Conservação do País, depara no seu cotidiano com uma série de limitações para sua efetiva implantação. Mas estas limitações não paralisam a equipe de trabalho, que mesmo em meio a tantas dificuldades não medem esforços para verem os projetos se tornarem realidade, e mesmo que em passos lentos, as estruturas existentes são melhoradas e aperfeiçoadas e novas estruturas são planejadas, porém, o principal fator limitante tem sido a falta de regularização fundiária na Unidade, principalmente da área da Fazenda Casa Grande, onde se localiza a sede do Parque e o excesso de burocracia para o uso de recursos financeiros que são muito limitados.

Educação Ambiental

Dentre as demandas prioritárias do PELC procuramos sempre incorporar os trabalhos de educação ambiental. A UC transfere a estas atividades a possibilidade de levar às escolas, comunidades do entorno e a sociedade civil em geral, momentos de reflexão a diversas questões ambientais que nos rodeiam, oportunidade de se refletir sobre nossos comportamentos, hábitos, necessidades e, sobretudo para que possamos conscientemente trabalharmos em prol de uma melhor qualidade de vida e preservação dos recursos naturais, com um enfoque também no uso sustentável dos recursos legalmente passíveis de serem utilizados.

Palestra para alunos na beira da Lagoa do Cajueiro
Palestra para alunos na sede do Parque Estadual Lagoa do Cajueiro
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